Nesta nova manhã que aclara, sente-se o chilrear dos pássaros esvoaçantes, por entre tímidos raios de sol levemente orvalhados com o fresco aroma das flores primaveris.

Pelas frestas da portada entreaberta, esgueira-se uma luz tímida e morna que beija suavemente a minha pele desperta pelos teus lábios adocicados.
Sinto o calor do teu corpo que desperta para um novo dia, agora relaxado pelo sono reparador em que embalámos o prazer de uma noite de amor…
A suavidade do teu toque penetra-me, novamente, em arrepios de prazer confundidos na sinfonia do marulhar das tuas palavras que penetram, voluptuosamente, os meus ouvidos.
Tombo, delicadamente, a minha cabeça no teu peito palpitante e sinto os teus dedos vagueando por entre as madeixas do meu cabelo, enquanto os teus lábios exploram o meu pescoço sedoso. Pouco a pouco, penetramos por entre os lençóis de rosas cujo perfume resistiu ao calor da noite e… abraçamo-nos…
Este calor que nos aquece já não é o dos primeiros raios deste sol primaveril… é o calor de um vulcão perfumado com pétalas das rosas selvagens… polvilhadas com o pó do talco derramado pelo crivo dos nossos poros em brasa.
Maria Rosmaninho