Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

quinta-feira, maio 11, 2006

Sinfonia de orvalho




Nesta nova manhã que aclara, sente-se o chilrear dos pássaros esvoaçantes, por entre tímidos raios de sol levemente orvalhados com o fresco aroma das flores primaveris.

Pelas frestas da portada entreaberta, esgueira-se uma luz tímida e morna que beija suavemente a minha pele desperta pelos teus lábios adocicados.

Sinto o calor do teu corpo que desperta para um novo dia, agora relaxado pelo sono reparador em que embalámos o prazer de uma noite de amor…

A suavidade do teu toque penetra-me, novamente, em arrepios de prazer confundidos na sinfonia do marulhar das tuas palavras que penetram, voluptuosamente, os meus ouvidos.

Tombo, delicadamente, a minha cabeça no teu peito palpitante e sinto os teus dedos vagueando por entre as madeixas do meu cabelo, enquanto os teus lábios exploram o meu pescoço sedoso. Pouco a pouco, penetramos por entre os lençóis de rosas cujo perfume resistiu ao calor da noite e… abraçamo-nos…

Este calor que nos aquece já não é o dos primeiros raios deste sol primaveril… é o calor de um vulcão perfumado com pétalas das rosas selvagens… polvilhadas com o pó do talco derramado pelo crivo dos nossos poros em brasa.

Maria Rosmaninho

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

«O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.

O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.»

Palavras roubadas ao
Carlos Drummond d'Andrade

11 maio, 2006 22:57  
Blogger lisa said...

Como é belo o amor.
Gostei muito do texto.
Voltarei.
Um beijo aluado.

12 maio, 2006 12:22  
Anonymous Anónimo said...

eu hei-de amar o perfume dela sem a conhecer....e beija-la louco ao adormecer....farei amor com ela antes de acordar....e de novo feliz adormecer....se eu um dia morrer....dia certo sem data...nao me fechem....em espaco fechado....em horizonte tao limitado...nao!!!espalhem antes o que das cinzas sobrar......para a terra ...ar....raiz....que na natureza quero ficar.......e talvez me vejam...um dia numa folha a chorar....talvez seja gota ...em dia de pingar...ou talvez irrequieto pardal..talvez o assobio do vento nos milheirais,,,,talvez o verde do campo de trigo....talvez seja arvore...que te de sombra e abrigo...talvez ra....talvez eu seja o talvez....talvez a vida inteira ....talvez pedra.....talvez ribeira......talvez barco......talvez nada e talvez tudo...e quem sabe se talvez?...de certeza so tenho....que adorei ler o teu nobre intimo....e o amor da paz...faz o inferno fugir,,,,parabens esta lindo

14 maio, 2006 01:07  
Anonymous Anónimo said...

Pim

Agradeço os teus belos textos,o amor e o erotismo, como tu o descreves, leva-nos também à palavra integridade que eu tanto gosto.
Ofereço-te Neruda hoje:


DÉJAME SUELTAS LAS MANOS... (Pablo Neruda)

Déjame sueltas las manos
y el corazón, déjame libre!
Deja que mis dedos corran
por los caminos de tu cuerpo.
La pasión -sangre, fuego, besos-
me incendia a llamaradas trémulas.
Ay, tu no sabes lo que es esto!

Es la tempestad de mis sentidos
doblegando la selva sensible de mis nervios.
Es la carne que grita con sus ardientes lenguas!
Es el incendio!
Y está aquí, mujer, como un madero intacto
ahora que vuela toda mi vida hecha cenizas
hacia tu cuerpo lleno, como la noche, de astros!
Déjame libres las manos
y el corazón, déjame libre!
Yo sólo te deseo, yo sólo te deseo!
No es amor, es deseo que se agosta y se extingue,
es precipitación de furias,acercamiento delo imposible,
pero estás tú,
estás para dármelo todo,
y a darme lo que tienes a la tierra viniste-
como yo para contenerte,
y desearte,
y recibirte!
-----------------------------------
Continua amando a vida.
Beijinho

Ginja

02 junho, 2006 02:30  

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