Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

sexta-feira, junho 30, 2006

Azul do Mar


Sinto, no bafo quente destas ondas, o pulsar do meu ser insatisfeito.

Os cabelos das algas, dedos dessa hera coleante que me abraça, afagam a minha pele ainda nua.

A maresia, orvalho desse Éden líquido, flui e salpica os brancos castelos de algodão em que tento adormecer o meu sonho.

Agora, o céu é mais azul…

As ondas fustigam estas rochas carcomidas pelo tempo que foi colorindo a minha alma.

Sento-me a contemplar e vejo… o Azul do teu Mar!

Maria Rosmaninho
Whitney Houston-I Will Always Love You

sexta-feira, junho 23, 2006

Sonho de uma noite estrelada



Sob este céu cintilante de estrelas, enrolo o meu querer nas pontas desta manta suave e desmaiada pelo tempo.

Recordo as tuas mãos que, suavemente, tocavam a minha fronte, com a leveza das plumas douradas pelo sol de um qualquer dia de Verão…

Há em cada estrela que me ilumina, o brilho do teu olhar espelhado nas águas calmas de um mar de tranquilidade, por onde os sargaços coleantes nos abraçam.

E o doce aroma, que se exala destas flores prenhes de sensualidade, é o aroma destilado dos poros da nossa pele escaldante de sonho…


A seiva das amoras odoríferas jorra dos teus lábios que suavemente tocam os meus e os penetram em frémitos de prazer.

Agora… as estrelas cintilantes são pomos odoríferos que penetram este meu sonho de uma noite imaginada.


Maria Rosmaninho

Dina- Amor de Água Fresca


terça-feira, junho 20, 2006






Sem lágrimas...

Eric Clapton - Tears in HeavenCastpost

domingo, junho 18, 2006

Eu tenho uma rosa branca...


Fogo e água… é da sua conjugação que a vida renasce…

Pouco a pouco, o fogo acabou por reduzir a cinzas a minha alma sedenta pelo renascer, mas eis que surge em torrentes a água límpida e cristalina, jorrando em jactos de lucidez e clarividência.

Estas águas gélidas, que penetraram os poros do meu ser em torrentes de lama, penetram também o meu jardim secreto, onde já floriram rosas brancas que foram desabrochando lentamente…

Essas rosas desabrocharam… floriram.... viram as suas pétalas arrancadas pelos dedos de um vento que soprava de um planeta onde a ilusão se foi confundindo com a realidade.

A chuva voltou e com ela a aposta na renovação…

Os frágeis botões destas minhas rosas brancas começam agora a despontar, timidamente, mas com o vigor de um querer feito de espinhos acutilantes e da vontade de querer ir mais além…para um mundo esboçado por trás desta montanha de lava que se foi apagando.

E há em cada botão que desabrocha o desejo de voltar a ser rosa e mostrar ao mundo a semente de outrora que a escuridão do céu foi escondendo, ao longo dessa noite invernosa.

E há em cada nova pétala que surge a certeza de querer ser novamente rosa…branca.

Eu tenho uma rosa branca… rosa que um anjo me deu!


Maria Rosmaninho

quinta-feira, junho 15, 2006

Silêncios amarelos da flor do tojo


Se as palavras são como um cristal, os silêncios são como um punhal...

E é esse punhal que eu seguro, cintilante e mortal, no meio das noites longas e agrestes de solidão à beira de um castelo de sonhos, fragilmente, erigido numa colina feita de recordações de um passado tão próximo que quase alcanço com a ponta frágil dos meus dedos.

É na base desse castelo que eu contemplo as noites de outrora…húmidas da maresia de um mar selvagem, mas adocicadas pela força das palavras... jorrando pela fonte de um prazer que inundava todo o ser que habitava dentro de mim…

Noites mágicas…iluminadas pela luz clara de uma lua invernosa, mas cintilante num céu azul salpicado pelas estrelas de um contentamento tão doce como a seiva que brota do pólen das rosas brancas do jardim do Éden.

Agora, neste silêncio da noite sepulcral, recosto-me neste sofá ensurdecido e escuto a recordação de momentos de um prazer timidamente sentido… do toque silencioso da pele… das palavras levemente sussurradas… do silêncio atroz das palavras não ditas, presas na concha espiralada do desejo.

E essas rosas brancas dispostas num açafate de mimos, conservam ainda o toque das mãos que, delicadamente, as dispôs no meio de um silêncio cheio de vida… porque era o azul do céu plasmado no azul da água de um mar imenso.

Quero deixar este casulo amarelo da flor do tojo silvestre e refugiar-me no meio das pétalas brancas das rosas de outrora, para poder sentir o calor das palavras… mimos da tua perfeição…

Maria Rosmaninho
Wise up – Aimee MannCastpost

terça-feira, junho 13, 2006

O rio do meu tear


Caminho à beira do rio e sinto a água a cantar.

Enredo-me nas suas algas, sentindo o seu marulhar.

O rio chama por mim e... no meio dessas águas plácidas…começo a sonhar…

E é este sonho plasmado, que em noites frias de Inverno, toca as minhas mãos cansadas…da trama do meu tear.

Água…

Rio…

Sonho…

Vida…

Que vida há mais a sonhar?

Maria Rosmaninho

quinta-feira, junho 01, 2006

Eternamente criança...


Quero soltar a criança que há em mim... deixar que corra por esses prados floridos em busca do castelo encantado onde se esconde o brilho forte da vida... salpicada com o aroma das flores de mil cores...

Quero apertar a vida num arco feito de abraços e no meio dele gritar:

Quero ser eternamente criança!

Maria Rosmaninho


José Barata Moura-Fungágá da Bicharada

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