Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

terça-feira, abril 25, 2006

Falta cumprir-se Abril!


Gostaria de escrever um texto poético acerca do dia que hoje se comemora e que vivi com a exaltação de adolescente cheia de curiosidade e vontade, mas parece que a minha relativa facilidade em escrever se esgotou por causa da derrota da minha Briosa.
Como eu gostava de poder sentir que o espírito de Abril, que há algumas décadas atrás guiou os nossos militares, permanecia ainda como um valor a preservar e não como um instrumento de oportunismo torpe!

Se não fosse o respeito que tenho por todos aqueles que sofreram e lutaram pela liberdade, deixaria cair neste retalho grandes manchas feitas de cobardia, prepotência, indigência... mas quero ficar por aqui para não deixar transparecer demasiado a minha frustração de hoje.
Liberdade tem que ser sempre sinónimo de respeito, mas o que nos é dado observar a cada momento é a negação disso mesmo... é a corrupção... é o oportunismo... é a selva cuja lei não é a da força, mas a do desrespeito e hipocrisia.
Através das palavras de Manuel Alegre, quero aqui prestar a minha singela homenagem a todos os indómitos que lutaram para que a liberdade acontecesse, apesar da forma como continua a ser vilipendiada.


Abril de Sim Abril de Não

Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.

Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.

Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.

Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.

Manuel Alegre

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Menina.......mas que é isso?

Nunca deixe de lutar pelo que acredita, sei que sabe isso, mas tenho que o repetir...... o que eles querem é que cada um de nós baixe os braços para o "reino" ser totalmente deles.

Ontem estive numa sessão sobre o 25 de Abril, até cerca das 4,30 da manhã. Como sabes, aqui pelos meus lados, sou dos poucos que participou no acto militar (até era o único na sala) e foi bom ter ido. Na sala, para além da "velha guarda" dos democratas encartados, foi gratificante ver dezenas de jovens da era pós 25 de Abril, participando, perguntando, questionado, querendo saber....no fim senti que a nossa luta não foi em vão. Terminou a luta? claro que não, temos muito ainda para fazer ou não deixar fazer!!, mas pergunto: se não formos nós quem a vai fazer?
Combater a corrupção, a mediocridade de tantos e a ganância de muitosssssssss é tarefa que cabe a cada um de nós...por mais pequeno que nos parece o nosso contributo.
Gosto da tua determinação, por isso te combato hoje....risos
Um beijo bem amigo do
Manuel

25 abril, 2006 16:44  
Blogger Maria Rosmaninho said...

Meu amigo Manuel, abra os olhitos... ou será que o sol brasileiro lhos toldou? eheheheh

Isto está cada vez pior e as perspectivas de mudança são quase nulas.

Um beijo amigo

26 abril, 2006 12:36  
Anonymous Anónimo said...

Manuel disse...
Menina.......mas que é isso?

Misturar a minha vida pessoal com o blogue.Ai a menina...rsrsrsr

28 abril, 2006 00:54  

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