Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

domingo, abril 30, 2006

Com espinhos...Sem espinhos...

No meu jardim também há cactos… uns com espinhos ameaçadores que se entranham na pele dos incautos ansiosos por conhecerem os seus mistérios… outros carnudos e sedosos que convidam a olhar e tocar.

Os cactos espinhosos espreitam-me em cada esquina como a maçã envenenada de qualquer bruxa madrasta… toco-os suavemente e sinto a dor entranhar-se na minha pela desprotegida e audaz.

Naquela esquina… bem mais inacessível, há um cacto verdinho e macio que me observa com o seu tímido olhar feito de pétalas arredondadas e carnudas.

Toco…? Não toco…?

Há em cada pétala um apelo ao toque doce e suave de uma pele feita de veludo enriquecido pelo tempo… há na sua forma enovelante o apelo ao aconchego suave e tranquilizante.

Tenho medo… a minha pele, afeita aos espinhos que injectam o veneno que tem crescido comigo, teme este toque aveludado e sedoso que estremece o meu ser em frémitos de prazer e… medo.

Suavemente, estendo os meus ded
os sedentos para estas pétalas enoveladas em espirais de veludo e prazer… olho o seu centro como uma cratera de vulcão e espero…que me dês a tua mão.
Maria Rosmaninho

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

maria rosmaninho,continua que estás no bom caminho.
beijos

30 abril, 2006 22:46  

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