Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Saudade



No recanto deste meu lago de pensamentos estagnados, ergue-se no ar o vento cálido de uma tarde escurecida.

Por entre a calma dos ramos destas árvores seculares, rompem raios de um sol poente que, pouco a pouco, adormece nos meus braços... estendidos ao acaso.

O canto suave, de uma ave além pousada, sobe no ar e decompõe-se em mil notas soltas que penetram os meus sentidos quase entorpecidos.

Suavemente... uma folha de Outono desliza pelo meu rosto e toca poro a poro a minha pele ainda tépida dos beijos que a aqueceram.

Fios de recordações caem no meu colo, como penas de aves esvoaçantes no ar que é seu.

E destas águas, brilhantes do sorriso dos teu olhos, ergue-se a Fénix... renascida por entre as cinzas da Saudade.

Maria Rosmaninho

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