Saudade
No recanto deste meu lago de pensamentos estagnados, ergue-se no ar o vento cálido de uma tarde escurecida.
Por entre a calma dos ramos destas árvores seculares, rompem raios de um sol poente que, pouco a pouco, adormece nos meus braços... estendidos ao acaso.
O canto suave, de uma ave além pousada, sobe no ar e decompõe-se em mil notas soltas que penetram os meus sentidos quase entorpecidos.
Suavemente... uma folha de Outono desliza pelo meu rosto e toca poro a poro a minha pele ainda tépida dos beijos que a aqueceram.
Fios de recordações caem no meu colo, como penas de aves esvoaçantes no ar que é seu.
E destas águas, brilhantes do sorriso dos teu olhos, ergue-se a Fénix... renascida por entre as cinzas da Saudade.
Maria Rosmaninho