Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

quarta-feira, novembro 01, 2006

Pergunto ao vento...



Pergunto ao vento que passa…

Mas o som da minha voz é, agora, um canto de sereia… enrouquecido pelo som agreste das águas do mar.

A minha voz, ansiosa dos cantos de orvalho, ergue-se por entre os ramos de uma árvore cansada.

Mas os ramos, amarelecidos pelo tempo, pendem sobre o lago do sonho... águas escurecidas pelo verdete do tempo.

Silenciosamente, inclino a minha cabeça… na tentativa vã de escutar essa sonata faíscante da luz que procuro.

A Lua ergue-se no seu castelo algodoado de nuvens e polvilha a minha alma com a poeira das estrelas

E, neste gélido anoitecer, sinto-me mergulhar na concha da ternura dos seus raios de esperança...

E o vento…nada me diz.


Maria Rosmaninho

Eva Cassidy-Somewhere over the rainbow

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

As perguntas por vezes têm resposta,nós é que fechamos o coração.
Lindo post que faz o sonho entrar em nós.
Beijinhos
Maria

12 novembro, 2006 23:28  
Anonymous Anónimo said...

O vento nunca é mudo. Por vezes, até na voz do silêncio o escutamos.

Excelente texto, Maria.

19 novembro, 2006 20:19  

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