Retalhos de uma Manta Inacabada

Sou uma manta, cuidadosamente, tecida com os mais puros retalhos de seda selvagem e burel, cujas cores o tempo se encarregou de avivar ou desmaiar. Nela vão resistindo pequenos retalhos do bibe de xadrez com que brincava no jardim encantado do sonho. Num dos lados, repousam enormes retalhos de todos aqueles que já partiram, mas que conservarei para sempre no meu coração. No outro lado, estão todos aqueles que ainda posso tocar e amar.

Nome:
Localização: Aveiro, Portugal

Eternamente crisálida...

domingo, julho 09, 2006

Momentos...


No meu corpo açoitado pelas neves invernosas fervem, em torrentes de lava, momentos de um acaso solto nas asas douradas de um vento que o sol, lava incandescente do vulcão que me assola, crestou.

Do veludo da minha pele, jorram torrentes de calor que tocam os teus dedos sedosos…

Dos meus olhos, faíscantes de luz, evadem-se míriades de estrelas que vão pousar na tua boca ainda adormecida e se desfazem em turbilhões de vida…

Da concha das minhas mãos, quentes de te afagar, brota o pó do talco das rosas brancas que cultivo para te dar…


Da minha boca, sussurrante, desprendem-se as palavras não ditas do eterno desejo de te amar…

E da totalidade do meu ser emerge aquela doce loucura… de um imaginar dolente e terno em que o silêncio ocupa o teu lugar…

E é no sentir da seda da tua pele que continuo a construir o meu tear.


Maria Rosmaninho

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um post soberbo!

13 julho, 2006 00:33  
Anonymous Anónimo said...

Olhos negros...sensações loucas...lábios vermelhos...sussurros...amor!
Não é preciso mais.
Lindo.

13 julho, 2006 12:29  

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